segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Velha Colcha


"Minha mãe contava histórias e escondia tristezas.
Em cada canto de sua colcha eu achava um abrigo.
Como um tapete mágico,
nos transformava em heróis e princesas.
Um dia não sei como, ela se esgarçou.
De fiapo em fiapo a memória apagou".


12 comentários:

Nani Preta disse...

Lembro da história do "Boi de Pedra".
Em Minas, na região de Sete Lagoas há muitas grutas. Minha avó contava de um boi imenso que ficou preso dentro de uma delas e "se petrificou", porque não conseguiu sair. E que ele voltaria a "descongelar" se sentisse o calor das pessoas.
Tentava assim nos manter afastados do perigo. Mas contava a história tão bem, que passamos bom tempo procurando pelo tal do boi. E ao mesmo tempo com medo de encontrá-lo. Irresistível!

Anônimo disse...

Ontem no Vale do Anhangabaú, um homem me convidou para assistir ao jogo com ele (Nerm lembro qual). Sério. eu não o conhecia, mas ele sorria franco e generoso. Eu agradeci e sai de perto com medo... Medo de quê? Uma praça pública, cheia de gente com alguem querendo a sua companhia. Passou. Fui ensaiar, continuei pensando no jogo, no convite.Passei a tarde pensando e voltei. Voltei, procurei e não encontrei. Claro. São Paulo dos pensamentos perdidos e das pessoas sumidas. Ele se foi como fumaça e meu pensamento ficou firme. Passou, o medo venceu e eu perdi... Fica um suspiro no ar... Que pena!

Anônimo disse...

Histórias...Saudades...Lembranças.
Quantas lembranças,quantas histórias tem uma fotografia...

O momento parado alí registrado
O sorriso ingenuo
O olhar asustado medroso
Mas esta lá tudo esta la
É so olhar... e o passado vem de mansinho nos visitar.

Obrigada Nani, muito obrigada por nos faser voltar no tempo com a sua arte.

Anônimo disse...

Senti um nó dentro do peito! hoje penso que nossa vida depende apenas de nós e de mais ninguém. Não quero mais ouvir: Eu não posso... Eu não devo... Eu não preciso... Eu quero tudo isso, querer, poder e sentir. Isso me deixa viva nas piores ou melhores situações.O que aprendi com meus pais foram lições que meus avós quando chegaram por aqui sentiram. família , amigos e confiança. Sem isso a vida não existe.Vamos Imigrantes tocar o nosso barco!

Anônimo disse...

Sinto falta das palavrsa "colcha de retalhos" dentro do espetáculo. Cada pedaço da peça fala das nossas vidas e emoções. cada vez que escuto uma história sinto que eu ou alguem muito próximo de mim, viveu ou esta vivendo aquilo tudo.O grupo esta concentrado, um pouco perdido "ainda", mas as emoções estão a flor da pele. Que bom viver tudo isso!

Anônimo disse...

Minha mãe também contava muitas histórias pra mim.Adorava ouvi-las,mas infelizmente não tinhamos uma colcha de retalhos.Tudo que tinhamos era o frio dos azulejos floridos do banheiro.
´Será que um dia terei uma colcha de retalhos e contarei hist´rias paar meus flihos???
Lóbora

Ivan disse...

Voltaram!
Entrei por acaso e já sem esperanças!
Como sempre me surpreendi.
Dessa vez comigo.De repente percebo que minha colcha de lembranças também se foi.
As mágoas escondidas, esconderam o amor recebido.
"Conto contigo"....
Ivan.

Anônimo disse...

Meu pai um dia saiu de casa para comprar pão. Hoje penso que a sua infelicidade era tamanha que não conseguiu dizer adeus. Passo para meus filhos uma história de subir aos céus mais sei que hoje em algum lugar ele esta mais feliz que ao lado de minha mãe. Entendo. Nem todos nasceram para serem controlados,e as vezes sumir faz parte de um pensamento muito próximo da nossa realidade. Que em algum lugar ele esteja sorrindo. Bjs de uma filha...

Anônimo disse...

Minha mãe todas as tardes dava banho em mim e colocava a roupa mais bonita, como se fossemos passear, penteava meus cabelos e prendia-os com elástico como rabo-de-cavalo só que lateralmente e fazia cachos. Como moravamos distante e qualquer lugar que ela quisesse ir teria que pegar onibus que passava de hora em hora, então ela ficava comigo no portão para ver as pessoas passarem na rua e isso só acontecia raramente, pois era um lugar meio deserto. Hoje penso nisso e fico imaginando...
Vou parar pois já estou ficando com saudades...

Anônimo disse...

As histórias ouvidas tem sempre uma emoção dobrada,carregadas por vontades não realisadas, é como a brincadeira "telefone sem fio"
As histórias vividas trazem emoções marcadas.
Cada momento na nossa vida, quando nós mesmo relatamos sentimos até o cheiro da fruta que estava na fruteira de cristal no meio da mesa da sala de jantar.
Lembro perfeitamente o perfume do sabonete que minha avó deu para minha mãe num domingo que veio almoçar la em casa.Era caixinha tão linda, toda decorada de vermelho, amarelo e dourado nas extremidades.
Para mim foi uma magia, eu não sabia o que tinha dentro mas aquele perfume...hum...hum...que lebrança maravilhosa!Que momento mágico!

Flavio disse...

Um dia minha mãe contou uma história diferente.Me arrumou para ir num lugar onde eu ia ver pessoas voando, bichos dançando, mágicas e bailarinas dançando sobre cavalos lindos!Tudo que ela sempre contava nas suas histórias "inventadas".
Foi a primeira vez que fui num circo.
Vi tudo isso e muito mais. Vi de onde nascem os sonhos.
Flavio.

Anônimo disse...

Minha mãe dizia que o meu pai tinha ido trabalhar em Brasília e se tornou um importante artista de Circo.
Em todos os circos queria achar ele.Acreditava que ele era o trapezista, o piloto do globo da morte, o equilibrista etc.
Cresci e os circos acabaram.
Essa é a primeira, a segunda, a terceira, e a última lembrança do meu circo de lona.